terça-feira, 10 de outubro de 2017

Educadores da reforma agrária debatem legado de Paulo Freire

Brasil de Fato | Caruaru (PE)
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O encontro reafirma o compromisso do movimento em contribuir para a reinvenção de práticas pedagógicas na luta pela emancipação humana / Arquivo MST

Teve início na última segunda-feira (18.09) e se estende até esta sexta (22.09) o seminário “O legado de Paulo Freire”, organizado nacionalmente pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O encontro aconteceu no Centro de Formação Paulo Freire, em Caruaru, região Agreste de Pernambuco.
Por ocasião dos 20 anos da morte de Paulo Freire, cerca de 400 pessoas, entre militantes, educadores e educadoras da Reforma Agrária de todo o Brasil, reuniram-se com o objetivo de reavivar a memória deste grande pedagogo brasileiro e suas convicções teóricas e práticas, de uma pedagogia crítica de libertação dos oprimidos; além de analisar o contexto educacional brasileiro e os desafios da luta por uma educação pública e popular.
A atividade contou também com a participação de professores e professoras de universidades de diferentes regiões, além de militantes históricos da educação no movimento, que vêm contribuindo com a reflexão sobre a atualidade do legado de Paulo Freire. O estudo é necessário para o enfrentamento aos desafios impostos pelo desmonte dos investimentos públicos na educação, além das medidas do governo golpista que afetam a vida de milhares de famílias de trabalhadores, incluindo as famílias rurais assentadas e acampadas.
Na programação do seminário, a contribuição de Paulo Freire é estudada em suas diferentes dimensões, enfatizando a necessidade de seguir na atuação pedagógica comprometida com a conscientização de trabalhadores e trabalhadoras para que se organizem para construir uma transformação social.
Para Rubneuza Leandro, do Setor de Educação do MST, “os momentos de socializar as práticas de formação política e educação popular que o MST tem implementado nos estados são a maior prova de que os ensinamentos históricos de Paulo Freire permanecem vivos e em movimento, sendo reinventados a cada dia no enfrentamento da realidade”, avalia.
Entre as experiências apresentadas, figuraram as campanhas de alfabetização, a educação de jovens e adultos, a formulação de currículos integrados à agroecologia, a participação democrática na gestão das escolas do campo, as lutas por escolas nos acampamentos e assentamentos, entre outras práticas.
Além dos espaços formativos e de debate, o seminário é também regado por mística e cultura popular.
Na noite da terça-feira (19.09), por exemplo, foi realizada a jornada Paulo Freire Vive, em homenagem aos 96 anos de nascimento do educador, com apresentações artísticas contextualizando os diferentes períodos de sua vida e obra. O encontro reafirma o compromisso do movimento em contribuir para a reinvenção de práticas pedagógicas na luta pela emancipação humana.
Edição: Vinicius Sobreira

No Sertão de Alagoas, MST lança campanha de alfabetização

Utilizando o método cubano de alfabetização “Sim, eu posso!” o MST inicia no Sertão de Alagoas uma campanha de alfabetização de jovens e adultos nas cidades de Delmiro Gouveia, Olho D’Água do Casado e Piranhas. O lançamento da campanha acontecerá na próxima segunda-feira (18), com ato político às 14h no auditório do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) – Campus Piranhas.
O ato de lançamento da campanha deve reunir autoridades públicas, parceiros e amigos do MST na região do Sertão alagoano, além de reunir os educadores e educadoras de todo o país que vão atuar nas dezenas de turmas nas periferias, comunidades, povoados e áreas da Reforma Agrária nos municípios.
No território das três cidades onde a campanha acontecerá, cerca de 14 mil pessoas são analfabetas. Somente na cidade de Delmiro Gouveia, estima-se que 29,2% da população do município não saiba ler e escrever, em Piranhas o índice de analfabetismo chega a 37% da população e Olho D ́Água do Casado, com a maior taxa de analfabetismo, tem 42,7% de analfabetos no município.
Cristina Vargas, do Setor de Educação do MST destaca a importância da tarefa que é lutar contra o analfabetismo. “A sociedade em que vivemos nos mostra todo o tempo que o analfabetismo é algo que não podemos mexer, mas que nós do MST, bebendo da fonte das lições cubanas, não abandonaremos essa questão que ainda é bastante presente na vida dos homens e mulheres em todo o Brasil”, comentou.
“Assumimos uma tarefa gigante, de adentrar nas periferias e povoados do Sertão de Alagoas e, a partir da solidariedade, formar turmas e ensinar a leitura e a escrita para sujeitos que por muito tempo tiveram o direito à educação negado”.
A mobilização anterior ao início das aulas nos três municípios, formou cerca de 60 turmas nos bairros, assentamentos, acampamentos e povoados.
“Educadores e educadoras jovens, vindos de vários estados do país, demonstram nessa ação que solidariedade não é ajudar ou prestar favor, mas que solidariedade é consciência de classe”, ressaltou Vargas.
Ainda de acordo com a militante do Setor de Educação do MST, a brigada de alfabetização em Alagoas vem de um processo que já passou por outros estados do Nordeste do Brasil. “Após passar pelos estados do Ceará, Maranhão e pela Bahia, nossa jornada de alfabetização chega ao estado de Alagoas com o grande desafio de enfrentar os altos índices de analfabetismo presentes até os dias de hoje no estado e que, a partir do compromisso e responsabilidade do Movimento Sem Terra com o conjunto da sociedade, nos colocamos na disposição de ocupar a periferia do país ensinando o povo a ler, escrever e se libertar”.
“Essa é uma iniciativa que também pretende trazer o debate do analfabetismo para o conjunto da sociedade. A partir da possibilidade de formar turmas com jovens e adultos nesses territórios, queremos também que o tema da educação seja abraçado como uma bandeira de luta e que possibilite o debate com os diversos sujeitos que estarão inseridos ao longo do processo”, disse.
José Neto, da Direção Estadual do MST em Alagoas, lembrou da simbologia do movimento realizar a campanha no Sertão alagoano. “Há exatos 30 anos ocupávamos em Alagoas a primeira terra com a bandeira do MST e essa ocupação aconteceu exatamente no Sertão. Passados os 30 anos de lutas e conquistas dos trabalhadores Sem Terra no estado, hoje voltamos ao Sertão de Alagoas com mais uma forma de ocupação, dessa vez a ocupação do latifúndio do saber”.
“Esse será um grandioso desafio que já demonstra sua capacidade transformadora ao proporcionar a tantos homens e mulheres a possibilidade de ler e escrever, a partir de uma ação coletiva de solidariedade”, reforçou.
Sim, eu posso!
O método de alfabetização “Sim, eu posso!” foi elaborado em Cuba, para contribuir na erradicação do analfabetismo em outros países, a partir da utilização de vídeo aulas e acompanhamento para a alfabetização inicial de jovens e adultos.
A partir da implementação do método, Venezuela e Bolívia também se transformaram em território livre do analfabetismo.
Fonte: Ascom MST

Herval


terça-feira, 9 de abril de 2013


Atividades desenvolvidas no espaço escolar da escola João Goulart. Esses trabalhos são desenvolvidos em parceria com a comunidade local do entorno da escola. 


Atividade

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