UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
PÓLO HERVAL
MEMÓRIAS DE UM EDUCADOR
ACADÊMICO DARCY SÉRGIO MACHADO FERREIRA
Se fizer planos para um ano, plante uma semente;
Se fizer planos para dez anos, plante uma árvore;
Se fizer planos para cem anos, dê “Educação ao Povo”.
Kuan Chung
Nunca é tarde para alcançar nossos objetivos, sonhos, realizações na vida. Basta usar a humildade e vontade para vencer sem prejudicar o nosso próximo.
Filho de família de pequenos agricultores com seis irmãos, entre os quais, fui o único a seguir a carreira da avó materna que era professora no meio rural, em uma escola localizada no distrito de Pedreiras, no município de Arroio Grande. Os relatos de acordo com minha mãe e alguns que foram alunos naquela época consta que foi pelos anos na década de 1930. Ainda são escassos as informações sobre a educadora Adelaide Branca de Araújo Teixeira Machado, minha avó.
Meus pais, Otílio Cypriano Amaral Ferreira e Zilah Machado Ferreira adquiriram uma fração de terras no distrito de Matarazzo, município de Pedro Osório, recentemente desmembrado do município de Arroio Grande. Para estudar, eu e meu irmão caçula, tínhamos que andar esta distância as vezes de pés descalços até a escola, pois as nossas rendas eram adquiridas com dificuldades. Meus pais tinham como fonte de renda, a venda de animais, alguma quitanda, das quais tínhamos uma enorme horta que eu e meu irmão caçula abastecíamos a vila com legumes, frango caipira, ovos, etc.
Na década de 1960, pouco se falava em agricultura familiar, mas se produzia para o sustento da família, que geralmente eram numerosas. Os filhos eram desmembrados da família após o casamento ou quando tinham a possibilidade de uma melhor formação através dos estudos.
Um pouco de minha infância. Fui alfabetizado com o auxílio de minha mãe e na Escola Estadual de Ensino Fundamental Conde Francisco Matarazzo, no Distrito de Matarazzo. Esta escola na época abrigava um número expressivo de alunos, filhos de operários que chegavam para trabalhar na mineração de calcário, fonte econômica da empresa Matarazzo na localidade onde houve um avanço econômico para o município de Pedro Osório.
O local onde vivi a minha infância, era retirado aproximadamente três quilômetros da vila. Esta vila tinha um conjunto habitacional para os operários que trabalhavam na mineração. Tinha estação rodoviária, armazém, padaria, farmácia, salão de festas, campo de futebol, igreja, cancha de carreiras e até um cemitério.
Com o falecimento de nosso pai em 1976, continuamos no meio rural acompanhando nossa mãe e realizando atividades na terra para o sustento da família e alguns dos irmãos ainda estão com atividades agrícolas nesta localidade (2011).
Concluída a sexta série nesta escola, tive a amarga experiência de abandonar os estudos, após inúmeros esforços de minha mãe em conseguir um local na cidade para morar e continuar estudando, sendo para mim, uma grande decepção.
Ao concluir o Serviço Militar, voltei para o meio rural acompanhar minha mãe e irmão, retornando para a cidade no ano de 1985, trabalhando em uma cooperativa de laticínios, dando continuidade aos meus estudos concluindo o Ensino Fundamental e o Curso Técnico em Contabilidade, não exercendo a função e optando pelo Magistério.
A idéia deste relato de experiências é divulgar um pouco de minhas atividades como educador. Minhas memórias poderiam ser um trabalho mais amplo, porém o espaço para postar os trabalhos no AVA não foram suficientes.